quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

MP prende quadrilha de fraudadores

A Operação Uniforme Fantasma, deflagrada pelo Ministério Público (MP) com o apoio de policiais da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), na madrugada de ontem, em 17 municípios do Rio de Janeiro, terminou
com a prisão de 19 pessoas. Vítor Silva

O objetivo da ação era desarticular quadrilhas que fraudavam licitação e desviavam verbas públicas nas prefeituras de Magé, Angra dos Reis, Santo Antônio de Pádua, Japeri, Paraíba do Sul, Rio Bonito e Porciúncula. O rombo nos cofres públicos está estimado em 100 milhões.

A Vara Criminal de Magé expediu 28 mandados de prisão temporária e 60 de busca e apreensões e, de acordo procurador-geral do MP Marfan Vieira, os crimes investigados eram formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, peculato e alguns contra a Lei da Licitações.

- Com o aprofundamento das investigações, descobrimos que haviam outras ramificações da quadrilha, atuando em 17 municípios. Assim, a operação ganhou uma dimensão maior.

O esquema envolve fundamentalmente servidores públicos, secretários municipais, órgãos não governamentais, contadores e empresários. Todos tiveram mandados de prisão expedidos, inclusive o exprefeito de Magé Chalés Cozzolino - disse Marfan.

Entre os presos está também Renata Tuller, ex-secretária Municipal de Ação Social de Magé, que foi encontrada pelos agentes em casa, no distrito de Fragoso. Os policiais apreenderam com ela computadores e documentos.
Tuller comandava o esquema de fraudes na folha de pagamento da Secretária de Ação Social, utilizando funcionários fantasmas.

Nove pessoas ainda estão sendo procuradas

Em Guapimirim, os policiais prenderam, em casa, a empresária Patrícia Gonçalves. Lá os agentes encontraram R$ 200 mil em dinheiro. Nove pessoas ainda estão foragidas, entre elas o exprefeito de Magé, Chales Cazzolino, além de Fábio Domingues de Souza, vulgo "Fabinho", da Secretaria Municipal de Educação de Magé; Núbia Faustino Chaves, vulgo "Nubinha";

Integrante da comissão de licitação da Prefeitura Municipal de Magé; Nucia Cozzolino Bergara, secretária de Fazenda de Magé; a advogada Enilda de Oliveira da Fonseca Uchoa de Alcântara; Carmem Lúcia Kleinsorgen de Souza Motta, secretária municipal de Meio Ambiente de Rio Bonito.

—Foram dez meses de investigação com base de informações encaminhadas ao MP pelo Ministério da Fazenda, noticiando a existência de movimentações financeiras muito elevadas, que consistiam na emissão de cheques pela prefeitura de Magé. O fato estava ligado a licitações de uniformes escolares que não eram entregues — disse Marfan. Uma funcionária dessa empresa acusou, em depoimento, o prefeito de Iperibé e a prefeita de Magé de fraude.


Jornal Povo do Rio
25/01/2008


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