quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

DEFENSORIA PÚBLICA ENCONTRA IRREGULARIDADES NO SOUZA AGUIAR

Sindicato dos Médicos cobra explicações

Uma redução de cerca de 30% do número de leitos e a falta dos craniótomos estabelecidos (equipamento para neurocirurgia), foram os resultados encontrados durante a vistoria realizada, ontem;

Pelo defensor público da União, André da Silva Ordacgy, em companhia do presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro, Jorge Darze, no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio.
A iniciativa da Justiça Federal teve como objetivo regularizar a situação das emergências nos hospitais públicos.

De acordo com Ordacgy, foram encontradas diversas irregularidades. Além de determinações na liminar que não foram cumpridas, como a redução dos leitos nas enfermarias masculinas e femininas.

E, o setor de emergência, nas salas vermelhas e amarelas, sem capacidade para atender a demanda do setor público.

— Os craniótomos determinados pela sentença, que é um instrumental adequado para cirurgia de cabeça não foram adquiridos ainda, de maneira, que estão utilizando furadeiras elétricas, às vezes manuais. Constam informações da direção do hospital, que a compra do equipamento está em processo de licitação — explicou.
Bruno Gonzalez
Jorge Darze relatou algumas denúncias direcionadas à administração da unidade, e pediu explicações sobre a compra de 30 mil seringas e de materiais hospitalares usados por outras unidades, mas comprados com o dinheiro do Hospital Municipal Souza Aguiar, e a compra de 25 mil capotes industriais, inadequados para a unidade.

— O hospital funciona com um déficit de 1.170 profissionais. Hoje (ontem), o setor amarelo estava com superlotação, pois um local destinado para 14 pessoas, estava com 35 pacientes. Não houve investimento na estrutura do hospital, existe apenas uma ambulância, que trabalha 24h — relatou Darze.

Outra situação descrita por Darze é precariedade do necrotério. As câmaras frigoríficas funcionam de maneira inadequada, abaixo da temperatura, às vezes, com dois corpos em uma única "geladeira". Há casos de corpos que ficam lá mais de 30 dias.

Mais leitos

A liminar da Justiça Federal, expedida pela juíza Lana Maria Fontes Regueira, no dia seis de dezembro, determinava o aumento de leitos no hospital, e a compra dos craniótomos.
O descumprimento da sentença judicial acarretava uma multa diária R$ 500, em cada ente público, que já está correndo desde início de fevereiro, quando expirou o prazo de 30 dias para o cumprimento da liminar.

— A intenção da Defesoria não é deixar a multa acumulando, mas sim pleitear a Justiça Federal a transformação dessa multa em medidas de coerção e se for o caso a prisão dos administradores públicos responsáveis, que não estão solucionando o grave problema da saúde pública — disse Ordacgy.

Vistoria em mais hospitais

Uma nova vistoria, ainda sem data prevista, será realizada nos Hospitais Municipais Miguel Couto, Gávea; Lourenço Jorge, na Barra; Salgado Filho, no Méier e Souza Aguiar, no Centro;

E também no Hospital Federal do Andaraí, Hospital Geral de Bonsucesso. O Jornal POVO do Rio entrou em contato com a Procuradoria do Município, e foi informado de que somente se manifestará na esfera judicial, uma vez que a questão tramita na Justiça.


Jornal Povo

28/02/2008

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